domingo, 12 de junho de 2011

"beginners", ou a comédia romântica reinventada

fui ver o "beginners" e ouso dizer que fiquei desapontada.

ouso porque o filme tem todos os ingredientes que tornam quase obrigatório amá-lo: aquela aura de cinema independente, conteúdo controverso, actores de renome, etc.

e o facto é que gostei bastante dos primeiros 30 minutos, nomeadamente da relação pai-filho recreada no ecrã e [especialmente] da relação entre Oliver e o seu adorável cãozinho.

a dada altura, porém, comecei a interrogar-me se o artificialismo da típica comédia-romântica-anos-90 em que "boy meets girl" em sucessivos cenários cor-de-rosa e acaba correndo atrás dela num qualquer aeroporto para impedir que ela apanhe o avião, não terá dado lugar à comédia-romântica-estilo-alternativo-e-obscuro.

ou seja: dois seres solitários, oriundos de famílias disfuncionais, conhecem-se em situação impossível e vão por aí fora juntos pintar graffitis, patinar em corredores de hotel e desafiar a convencionalidade em geral, de forma sempre muito "cool". e obscura, acabando por separar-se por razões de forma alguma concretas, mas antes relacionadas com as suas limitações emocionais. o desfecho virá, depois, quer em tonalidades de separação definitiva, quer num recomeço hesitante.

poderei ser eu que estou a tornar-me insensível ao tema, mas juro que não senti a magia. apenas o cliché...


quarta-feira, 8 de junho de 2011

tenho dúvidas em relação à tpm

não sei se me irrite com os gajos quando assumem que a avalanche de "qual é o sentido da vida/ porque é que compraste uma vuvuzela/ where is this relationship going (etc)" tem como origem única a tpm e não merece, portanto, resposta,

ou

se me irrite comigo própria porque reconheço que, de facto, as minhas emoções ficam desvairadas, nesses dias, sem motivo muito mais forte do que os motivos de sempre,

ou

se apenas me irrite, porque estou naquela altura do mês, e pronto.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

desisti das hortênsias

... quando li que são venenosas. mas ficou a ideia de um jardim azul-céu, azul-vivo, azul-sonho, eventualmente florescendo na janela da minha sala.


retomando

antes que os quadradinhos do excel engavetem as palavras que ainda fluem na minha aérea cabecinha, nesta sonolenta manhã pós-férias.

londres, ups and downs.

ups: os táxis sherlockholmianos, a eficiência e musicalidade do "underground", os melhores museus do mundo com entrada grátis a qualquer dia da semana, o sotaque britânico, a profusão de sabores e texturas dos vários mercados existentes, as livrarias que abrem até à meia-noite, a agitada vida nocturna, os adoráveis bairros residenciais com as suas casinhas coloridas de dois andares, as lojas alternativas, as pessoas alternativas, a variedade e a multiculturalidade.

downs: o céu cinzento (mais do que a chuva), o constante soar de sirenes (ambulâncias e afins), a hipersensibilidade dos alarmes de incêndio (uma torradita mais queimada e estamos tramados) e, essencialmente, a inesperada dificuldade em encontrar um bar/pub que passe rock e pop britânicos. go figure.