ouso porque o filme tem todos os ingredientes que tornam quase obrigatório amá-lo: aquela aura de cinema independente, conteúdo controverso, actores de renome, etc.
e o facto é que gostei bastante dos primeiros 30 minutos, nomeadamente da relação pai-filho recreada no ecrã e [especialmente] da relação entre Oliver e o seu adorável cãozinho.
a dada altura, porém, comecei a interrogar-me se o artificialismo da típica comédia-romântica-anos-90 em que "boy meets girl" em sucessivos cenários cor-de-rosa e acaba correndo atrás dela num qualquer aeroporto para impedir que ela apanhe o avião, não terá dado lugar à comédia-romântica-estilo-alternativo-e-obscuro.
ou seja: dois seres solitários, oriundos de famílias disfuncionais, conhecem-se em situação impossível e vão por aí fora juntos pintar graffitis, patinar em corredores de hotel e desafiar a convencionalidade em geral, de forma sempre muito "cool". e obscura, acabando por separar-se por razões de forma alguma concretas, mas antes relacionadas com as suas limitações emocionais. o desfecho virá, depois, quer em tonalidades de separação definitiva, quer num recomeço hesitante.
poderei ser eu que estou a tornar-me insensível ao tema, mas juro que não senti a magia. apenas o cliché...